quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sardinhadas de Verão

Existe algo melhor que comer uma bela sardinhada pelo entardecer adentro, num solarengo dia de Verão?
Existe!! Claro que existe, mas isso para aqui não conta nada. Temos de falar de sardinhadas, é de sardinhadas que vamos falar!

Felismina e Graciete, duas amorosas desconhecidas não têm nada a ver com sardinhadas, até porque não gostam de sardinhas. Assim como eu! Não as sardinhas porque não gosto, mas um carapauzito grelhado na bela da brasa, já marcha.

Adalberto e Augusto, dois gémeos falsos, também nada têm a ver com sardinhadas, embora gostem, e muito, mas emigraram para o Cazaquistão, e toda a gente sabe que no Cazaquistão não há sardinhas.

Quem realmente está directamente relacionado com sardinhadas é o Libório, algarvio de 56 anos, pescador há 50. Da embarcação dele, um belíssimo barco insuflável com 1,80 m por 75 cm, de 4 remos, cores vivas e alegres, já foram parar à Lota de Portimão cerca de duas dezenas de quilos, só em sardinha, o que é um grande feito para uma pessoa só.
Tudo começou há 15 dias, quando numa ocasional visita à praia da Marina, Libório e seus sobrinhos, se banhava nas límpidas águas do rio Arade, mesmo à entrada do oceano Atlântico. Libório havia comprado um camaroeiro numa qualquer loja dos chineses, para ensinar os putos a pescar. E assim foi! Assim que ele coloca o camareiro dentro de água, sardinhas começam a saltar lá para dentro, para jubilo dos presentes veraneantes.

Horácio sentou-se na mesa. Acenou ao empregado que rapidamente assentiu.
”Uma dose de sardinhas, por favor.” - pede Horácio, sozinho naquela mesa do canto, junto à entrada para a casa-de-banho das mulheres.
“Com certeza, chefe. É pra já!” - retorquiu o empregado, extremamente bem disposto, pois algumas horas antes havia estado no hospital de visita à sua companheira de há 4 anos e do seu recém-nascido rebento de quase 4 Kg, saudável e forte como um touro.
Chegam as sardinhas e Horácio sorri enquanto saliva lhe escorre pelos cantos da boca, e prepara a fatia de pão caseiro para deitar a sua primeira sardinha assada (que é sempre a que sabe melhor).
“O que vai querer para acompanhar?” - perguntou o sempre sorridente e prestativo empregado - ao que Horácio responde prontamente: “Mais sardinhas, mais sardinhas!!!”

Sueli, modelo fotográfica e filha de Wilson e Mágda, um casal que no ano transacto havia comemorado as tão esperadas Bodas de Ouro, conduz um Peugeot 307, branco e lavadinho de fresco. Com ela vai Valquíria, a amiga. Valquíria tem 27 anos e é modelo de passerelle desde os 12, sendo que isso não lhe confere o direito de opinar sobre sardinhas assadas. Ambas as elegantes amigas se dirigem para a casa de campo de Raimundo e Gisela, dois amigos.
Raimundo é técnico de vendas, na vertente das telecomunicações, sendo que Gisela também. A sardinhada iria ter lugar aí, no quintal, e embora também houvesse carapaus, febras, entrecosto e entremeada, a história insere-se muitíssimo bem no tema das sardinhadas.

NOTA: Todo o conteúdo deste blog é baseado em factos reais sendo que se torna muito difícil distinguir a ficção da realidade.

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião veiculada nos comentários é a dos seus autores e não do Tertúlia Cor-de-Burro-a-Fugir.
Será responsabilizado o autor de qualquer comentário susceptível de lezar o bom nome, a honra ou a imagem de pessoas ou instituições, bem como o autor de qualquer comentário injurioso, ofensivo ou contrário às leis portuguesas... (Por outras palavras, vamos ter o direito de vos chamar nomes também!)
Qualquer comentário pode, a qualquer momento, ser rejeitado ou retirado pelo Tertúlia Cor-de-Burro-a-Fugir, sem necessidade de justificação... E mais nada!