A moura, supostamente encantada por seu pai, que havia fugido do Castelo de Tavira deixando-a para trás para mais tarde resgatá-la, era na realidade uma assídua frequentadora de um bar nas redondezas, o Califa Bar, nas imediações de Tavira, e fôra desertada por seu pai, pelas constantes investidas contra o seu poderio, mais concretamente, pelas tatuagens de crucifixos, piercings e grandes bebedeiras
Certa noite, mais concretamente na noite de S. João, bebia a bela moura o seu Cocktail de Baba de Camelo, quando um belo jovem se aproxima dela com ar sedutor e irresistível. E assim começou o engate. E como qualquer outro engate bem sucedido da altura, o jovem cavaleiro de nome Ramiro, começa a falar dos seus combates e conquistas, mesmo não tendo estado lá. Mas tudo valia na arte da sedução. E contou os “seus” feitos. E contou, e contou… E o rapaz falou até ao amanhecer. Mal sabia ele do encantamento daquela linda moura.
Sempre, e em qualquer circunstância, qualquer engate bem sucedido dirigido à moura, acontecera antes da alvorada matinal. Sempre!!! Era a triste sina da rapariga. Mas D. Ramiro, novo naquelas bandas, não sabia. E da pior maneira descobriu.
Aos primeiros raios de sol, ainda ele “batia o couro” à bela moura, quando ela lhe revela algo que nenhum homem gosta que lhe seja revelado: Os líquidos do interior do estômago de uma mulher! Neste caso, da moura!
Era esse o feitiço em cima dela. Toda a noite a beber fazia aquele efeito sempre àquela hora: O grego!
O cavaleiro cristão, D. Ramiro, nunca mais tentou seduzir mouras, tendo inclusive ganho “um pó” terrível àquela raça.
Ainda hoje, segundo contam os mais idosos, ainda a bela moura encantada aparece nas ameias do Castelo de Tavira, ao raiar do sol, a despejar os conteúdos do seu estômago, para pânico dos residentes.